Hoje apresentamos-lhe alguns daqueles vinhos que nunca nos deixam ficar mal e que têm vindo a encantar os nossos membros espanhóis colheita após colheita. [break]
Estes vinhos nascem nas proximidades de Perpignan, lugar de destino de muitos espanhóis que durante o franquismo procuravam adquirir os filmes, livros ou discos que eram proibidos no nosso país. Atualmente, esta zona oferece-nos outros motivos para a descobrir como, por exemplo, os vinhos da Domaine Lafage.
Para lhe dar o contexto mais preciso possível da origem destes cobiçados vinhos, podemos referir que a Lafage se encontra a apenas 50 quilómetros da fronteira com Espanha, pelo que a influência do nosso país e principalmente do Mediterrâneo, é mais do que palpável nos seus vinhos.
O melhor exemplo dessa influência espanhola são as variedades utilizadas, entre as quais se destacam as uvas autóctones de origem espanhola como a Garnacha, a Cariñena ou a Monastrell, ainda que não faltem as de origem francesa como a Chardonnay ou a Syrah. Não existem dúvidas de que essa região francesa pertenceu a Espanha até finais do séc. XVII.
Os vinhedos de Lafage recebem a influência do mesmo vento de Tramontana que penteia as vinhas das Ilhas Baleares e da Catalunha. E os solos, tipicamente mediterrâneos nas vinhas mais próximas à costa, e ordenados em socalcos os que se encontram mais próximos dos Pirenéus, não são assim tão diferentes dos solos de regiões como a Priorat.
Os artífices destes vinhos são o casal formado por Jean-Marc Lafage e Éliane Salinas. Ambos começaram com meia-dúzia de cepas velhas e uma propriedade familiar do séc. XVIII para desenvolver o seu projeto durante os anos setenta. Com o passar do tempo, os seus vinhos começaram a despontar em concursos regionais e, posteriormente, começaram a seduzir críticos influentes como Jeb Dunnuck, responsável da The Wine Advocate no sudeste de França.
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