-
Todas as adegas
- Companhia dos Profetas e dos Villões
Companhia dos Profetas e dos Villões
Maçanita na Madeira
Em pleno confinamento, Nuno Faria, sócio do restaurante 100 Maneiras, encontrava-se na ilha atlântica. Uma conversa com António Maçanita deu origem a um projeto empolgante. [break]
Partilharam o seu especial enamoramento pelas vinhas ali existentes, rasteiras e rodeadas pelos seus particulares muros brancos, que as protegem do mar e das intempéries. Começaram então a aventura dos seus vinhos "profetas", nome dado pelos madeirenses aos vizinhos de Porto Santo, e "villões", como estes últimos são chamados pelos primeiros.
O Porto Santo é uma pequena ilha única. Teve origem há cerca de 14 milhões de anos, sendo uma das mais antigas de Portugal. É muito árida, com solos calcários resultantes do vento e dos depósitos de conchas, moluscos e outra fauna marinha nos últimos 10 milhões de anos. Aqui, embora a viticultura seja permitida, a vinificação não é, pelo que as uvas têm de ser levadas para a Madeira para a elaboração do vinho.
Na Madeira, por outro lado, os solos vulcânicos são a base dos 500 hectares de vinha da ilha. Tal como no Pico, Açores, estão muito próximas do mar, a poucos passos, e o sistema de condução mais tradicional é a latada, em que as videiras são conduzidas horizontalmente.
É aqui que a Listrão, também encontrada noutras ilhas como as Canárias sob o nome de Listrán, encontra a sua casa, que partilha com outra casta muito singular, a Caracol, bem como com a Tinta negra. O resultado, simplesmente fascinante, e vai ter de provar para acreditar.