Rui Reguinga

O vinho sempre correu nas suas veias, pois como filho e neto de viticultores, cresceu a vê-los trabalhar. Absorveu a sua sabedoria e expandiu-a em Champagne, Lisboa e Bordéus, iniciando uma trajetória que o levou a várias regiões do país, tais como o Douro, o seu Ribatejo natal, o Dão ou a Madeira. Além disso, é assessor de várias adegas, tanto a nível nacional como internacional, em países como o Brasil, Argentina e Sri Lanka. 

Das duas pequenas parcelas que encontrou no Alentejo, cujas videiras chegam aos 100 anos e têm mais de 12 variedades de uva diferentes, nasceu o seu grande sonho, que hoje abrange 12 hectares nesta região. As vinhas, na sua maioria rodeadas por muros secos semelhantes aos encontrados nas Ilhas Aran, têm um estilo francês comparável a um "Clos". São plantadas em terraços de solos de granito e xisto a várias altitudes. Nas vinhas mais antigas, as castas misturam-se, tornando praticamente impossível a distinção entre elas.

As protagonistas dos seus vinhos são castas portuguesas, entre as quais algumas como Arinto, Fernão Pires, Roupeiro, ou Bical, para os brancos; e para os tintos, Trincadeira, Grand noir, Alicante bouschet, Aragonez, Alfrocheiro, ou Castelão, entre outras. 

Não é preciso dizer, e o nome "Terrenus" já nos dá uma pista, que o terroir é o que é verdadeiramente importante aqui, o que Reguinga pretende oferecer em cada trago. Estas belas e muitas vezes inacessíveis vinhas que são cultivadas à mão pelos habitantes locais de uma forma ecológica. Vindimam-se as uvas à mão e vinificam-se o mais naturalmente possível, com o maior cuidado em cada um dos processos.

O resultado da sua experiência, das suas mãos especializadas e da sua visão, são vinhos com personalidades distintas, cheios de caráter e vivacidade, assim como de equilíbrio e elegância. Atingem uma frescura que é quase desconhecida no Alentejo, e demonstram que, para além dos grandes tintos, esta também é terra de grandes brancos.